TAIZÉ

Notícias recentes

Ucrânia | Um artigo do irmão Alois

A pedido do semanário francês La Vie, o irmão Alois escreveu um artigo que publicamos na íntegra aqui.

«Na Ucrânia, o mal não terá a última palavra»

Este ano, o Tempo da Quaresma começa quando o continente europeu é atingido pela guerra. Esta trágica notícia mergulha-nos em pleno no mistério do mal. O próprio Jesus fez essa experiência ao aceitar livremente perder a vida na cruz: ele foi até ao extremo do sofrimento. A caminho da Páscoa, somos sustentados por esta esperança: para além da cruz, através da ressurreição de Cristo, Deus abriu um caminho de vida para toda a humanidade.

Como é possível que o fogo de armas e das bombas dilacere povos tão próximos em tantos aspectos? Tantas famílias têm parentes nos dois lados da fronteira... Durante uma peregrinação à Rússia, Bielorrússia e Ucrânia em 2015, com um pequeno grupo de jovens de vários países, fui testemunha disso a caminho dum hospital em Kiev com soldados ucranianos feridos em combate. Connosco estava uma jovem da Rússia. Há alguns dias, na eclosão da guerra, esta jovem russa recordou esta visita e partilhou esta história: «Quando entrei no hospital, fiquei paralisada de medo e de vergonha. No início, não conseguia dizer nada. Depois comecei a contar que quando era criança, todos os anos no verão eu ia para a casa do meu avô na Ucrânia e que o meu primo nasceu na Ucrânia. Então os soldados ucranianos começaram a mudar, um deles de repente disse que a sua esposa era russa, depois outro disse que os seus pais moravam na Rússia... E ficou claro que de facto éramos muito próximos, que éramos como irmãos e irmãs.»

Rezemos para que estas sementes de partilha e de comunhão não sejam arrancadas pela loucura da guerra, mas que, a longo prazo, sejam mais fortes do que a violência sem sentido. É quase demasiado cedo para expressar este desejo, pois em cada dia que passa o número de vítimas e feridos aumenta. No entanto, mantenhamos enraizada no fundo de nossos corações esta esperança de que o mal não terá a última palavra.

O Papa Francisco pediu um dia de jejum e oração nesta quarta-feira de cinzas. Em muitos lugares em todo o mundo os crentes reúnem-se para rezar pela paz. Há poucos dias, recebemos em Taizé a mensagem dum padre ortodoxo na Rússia: também na sua paróquia rezam pela paz.

Sim, para viver este Tempo da Quaresma em solidariedade com aqueles que sofrem com a guerra que assola a terra da Ucrânia, levemos na nossa oração as vítimas e as suas famílias enlutadas, os feridos, aqueles que tiveram que fugir, aqueles que quiseram e não puderam fazê-lo, e também todos aqueles que optaram por ficar onde moram. Pensemos nas pessoas mais vulneráveis, que serão as primeiras a sofrer as consequências do conflito armado, nas crianças que sofreram, nos jovens que não veem futuro.

Na nossa oração, não nos esqueçamos de pedir ao Espírito Santo que inspire os líderes dos povos e todos aqueles que estão em condições de influenciar o curso dos acontecimentos, para que o fogo das armas cesse o mais rápido possível. Rezemos para que a guerra não aumente as divisões dentro das igrejas e das famílias e que os líderes da igreja acompanhem todos os que são afetados por esta terrível provação. E como toda a vida humana conta aos olhos de Deus, pensemos nos combatentes de todos os países envolvidos e também nas suas famílias, por exemplo naquelas avós que veem os seus netos irem para a frente, para uma guerra que não escolheram nem desejaram. Talvez, um dia, eles saiam às ruas para proclamá-lo...

Como este Tempo da Quaresma começa sob auspícios sombrios, somos chamados a viver estes quarenta dias em comunhão com aqueles que, não só na Europa, mas em todo o mundo, são afetados pela violência. Na cruz, Cristo abriu os braços para abraçar toda a humanidade. Uma humanidade muitas vezes dilacerada, mas para sempre unida no coração de Deus.

Ucrânia | Uma iniciativa solidária para acolher refugiados

Perante a crise humanitária provocada pela guerra na Ucrânia, Taizé abre uma plataforma para pôr em contacto pessoas que possam acolher e exilados que tiveram de deixar a Ucrânia.

Nos últimos anos, muitos jovens da Ucrânia participaram nos encontros da peregrinação de confiança na Europa. Agora, muitas famílias, especialmente mães com os seus filhos, tiveram que deixar seu país com urgência para se refugiar noutro lugar. Em muitos lugares, uma dinâmica de solidariedade está a ser criada para acolhê-los e Taizé deseja apoiar este impulso.

Em colaboração com os nossos amigos na Ucrânia e nos países vizinhos, com associações de solidariedade e também com a embaixada ucraniana em Paris, oferecemos às paróquias ou grupos locais a oportunidade de se prepararem para o acolhimento. No entanto, gostaríamos de chamar a atenção daqueles que estão disponíveis para acolher:

  • Nesta fase, estamos a recolher ofertas, mas sem poder garantir que de facto conseguiremos encontrar uma família de imediato. É difícil estimar a amplitude das chegadas futuras.
  • Também é complicado saber por quanto tempo essas famílias precisarão do vosso generoso acolhimento.
  • Para uma pessoa solteira, e até mesmo uma família, um acolhimento assim pode representar um esforço excessivo. É preferível reunirem-se com outros para assumir isso como paróquia ou como equipa.
  • Finalmente, Taizé ajuda através desta iniciativa a colocar as pessoas em contacto, mas não poderá apoiar situações específicas nem prestar assistência ou acompanhamento.

Por favor, preencham cuidadosamente o formulário de acolhimento em francês ou em inglês. Para quaisquer perguntas adicionais, escrevam-nos para este endereço.

Agradecemos imenso a vossa disponibilidade!

Oração pela paz na Ucrânia

Quarta-feira, 2 de março

Em comunhão com a iniciativa de jejum e oração proposta pelo Papa Francisco, a Comunidade vai unir-se à oração pela paz na Ucrânia nesta quarta-feira, 2 de março.


Sábado, 26 de fevereiro

Ontem à noite, a vigília de oração pela paz na Ucrânia foi marcada por um longo período de silêncio, iniciado pela seguinte oração que o irmão Alois disse:

Cristo ressuscitado, em silêncio diante de ti, permitimos que se levante esta oração ardente: que o fogo das armas cesse na terra da Ucrânia! Acolhe no teu amor os que morrem por causa da violência e da guerra, conforta as famílias de luto, ampara os que tiveram que seguir o caminho do êxodo. Perante um sofrimento incompreensível, acreditamos, no entanto, que as tuas palavras de amor e de paz nunca passarão. Tu deste a tua vida na cruz e abriste um futuro para nós, mesmo além da morte. Por isso, imploramos: dá-nos a tua paz. Tu és a nossa esperança.

No final do tempo de silêncio, o canto «Laudate omnes gentes» foi retomado por todos na língua ucraniana «Славіте всі народи / Slavite vsi narody».


Quinta-feira, 24 de fevereiro

Perante os actos de guerra na Ucrânia, o irmão Alois disse esta quinta-feira a seguinte oração durante a oração do meio-dia em Taizé:

Deus de amor, ficamos desconcertados com a violência no mundo e agora especialmente pelos actos de guerra na Ucrânia. Concede que permaneçamos em solidariedade junto daqueles que sofrem e que vivem hoje com medo e angústia. Apoia a esperança de todos aqueles que, nesta querida região do mundo, procuram fazer prevalecer a justiça e a paz. Envia o Espírito Santo, o Espírito de paz, para inspirar os líderes das nações e todos os seres humanos.

Esta sexta-feira, às 20h00 (hora de Paris, 19h00 em Portugal continental), os irmãos e todos os jovens presentes em Taizé vão rezar em silêncio pela paz. Aqueles que desejarem participar nesta oração poderão associar-se graças à transmissão em directo.


Oração comunitária durante o encontro de Taizé em Lviv, dia 30 de abril de 2018

Conselho da Comunidade: Oração do irmão Alois

Como todos os anos, os irmãos tiveram seu conselho comunitário no final de janeiro. Publicamos aqui a oração final que o irmão Alois disse na noite de domingo, 30 de janeiro.

Jesus Cristo, louvamos-te de todo o nosso coração. Queres tornar-nos testemunhas do amor de Deus nas grandes convulsões atuais da sociedade e da Igreja. Por isso, agradecemos o dom da unidade que fazes à nossa pequena Comunidade, é um tesouro inestimável que queremos cuidar.

E este tesouro é multifacetado. Agradecemos-te por nos teres conduzido, nestes dias de conselho, a destacar a nossa grande diversidade. Envias-nos o Espírito Santo que dá vida, que estimula a criatividade em todos e que nos une no amor de Deus. Concede-nos a acreditar na sua presença.

Cristo, tu sopras o teu Espírito sobre nós na oração como na nossa vida fraterna; nela também encontramos uma fonte da tua presença. Assim, no centro do esforço para cuidarmos a nossa vida fraterna, para sairmos sempre de nós mesmos e acolhermos o outro, comunicas-nos uma alegria, a tua alegria de Ressuscitado.

Colocamos diante de ti tudo o que nos dissemos durante este conselho. Que as nossas partilhas possam dar frutos! Concede que nos continuemos a interrogar sobre a multiculturalidade entre nós, sobre o acompanhamento pessoal, sobre a corresponsabilidade relativamente a toda a nossa vida através das múltiplas tarefas e atividades, sobre a nossa busca da unidade dos cristãos. Encha-nos de flexibilidade e de coragem para nos pormos à escuta do teu Espírito Santo, para avançarmos nessas áreas e em muitas outras.

Cristo Jesus, tu envias-nos ao mundo. Louvado sejas pelos nossos irmãos que vivem em fraternidades em diversos países. Obrigado pelas irmãs que vivem perto de nós e com quem nos permites caminhar juntos. Obrigado por todas as pessoas com quem estamos em contacto na nossa região. Obrigado pelos migrantes acolhidos por nós, que se integram cada vez mais no nosso país. Louvado sejas pelos jovens que virão a Taizé durante o ano. Louvado sejas pela nossa peregrinação de confiança que, como um riacho, percorre o mundo, brevemente no Oriente Médio, na Terra Santa.

Mas também te confessamos, Cristo Jesus, que por vezes falhámos e não fizemos a tua vontade de amor. Confiamos-te particularmente as pessoas que em Taizé foram vítimas de abuso ou agressão, sexual ou psicológica. Apoia-as na sua solidão, cura as suas feridas. E dá-nos a coragem de ouvir o seu sofrimento, de ouvir também os seus pedidos e os seus conselhos, e de fazermos tudo para as ajudar.

É para ti, Cristo, que nos voltamos. A quem mais iríamos? Tu tens as palavras de vida. Pedimos que acompanhes toda a Igreja e toda a humanidade, que estão a atravessar uma espécie de êxodo, uma passagem para outra coisa, uma travessia do deserto. Como tantas pessoas, nós estamos a viver um momento sem visibilidade clara para o futuro. Mas tu permites-nos renovar-nos em ti e ser artesãos de unidade. Com confiança, dizemos-te esta oração dum Salmo: «Senhor, não abandones a obra das tuas mãos.»

E agora, depois de cantarmos juntos o Espírito Santo, os irmãos que fizeram o compromisso para toda a vida vão estender-se no chão para recordar a sua oferta a Deus.


Mensagem do irmão Alois

Homenagem a Desmond Tutu

Queridos parentes e amigos,

Neste dia em que o Arcebispo Desmond Tutu entrou na vida da eternidade, venho expressar o meu afeto e o de toda a Comunidade de Taizé a todos os que partilhastes a sua vida e as suas lutas durante quase sessenta e cinco anos.

O Espírito de Cristo Ressuscitado fez dele uma fonte de sabedoria e de coragem para a África do Sul e para o resto do mundo durante as horas mais sombrias do Apartheid e ao longo do caminho para a justiça e a reconciliação no vosso país.

Sentimo-nos gratos pela amizade que uniu o Arcebispo e a nossa Comunidade durante mais de quarenta anos. Desde a visita do irmão Roger a Joanesburgo em 1978 e a visita do Arcebispo a Taizé em 1979, permanecemos em comunhão através da oração e partilhámos a mesma paixão para despertar as novas gerações de jovens à fé em Cristo. Em 1980, quando as tensões eram altas no vosso país, o Arcebispo organizou a viagem de 144 jovens sul-africanos de todas as origens, credos e classes sociais em peregrinação de reconciliação a Taizé. Desde então, apoiou fielmente centenas de jovens sul-africanos enviados pelas suas igrejas para representarem o seu país nas diferentes etapas da Peregrinação de Confiança organizada por Taizé. Há dois anos quis juntar-se aos participantes do encontro internacional que tínhamos preparado na Cidade do Cabo.

Na sua mensagem de acolhimento aos participantes da Peregrinação de Taizé a Joanesburgo em 1995, escreveu: «A oração prepara o espaço onde nos podemos encontrar e crescer amando-nos uns aos outros.»

Com mulheres e homens de boa vontade em todo o mundo e especialmente com os jovens do continente africano, damos graças pela sua vida e pelo seu ministério. Ele continuará a inspirar os que buscam justiça e paz.

Irmão Alois, prior da Comunidade de Taizé

Durante o encontro de Taizé na Cidade do Cabo em 2019

Mensagem do irmão Alois para a abertura do caminho sinodal em Roma

O irmão Alois foi convidado a falar no sábado, 9 de outubro de 2021, em Roma, na abertura do caminho sinodal da Igreja Católica, que durará dois anos, em torno do tema da sinodalidade. Aqui está o texto da sua intervenção.


Obrigado, Santo Padre, por ter convocado este Sínodo. Em Taizé tocou-nos muito o convite para a sua abertura. Obrigado também pela tradição de convidar delegados de outras igrejas. Será precioso ouvi-los falar sobre sua prática da sinodalidade, dos seus benefícios e dos seus limites.

Este processo sinodal ocorre num momento crucial em que constatamos duas evoluçoes contraditórias. Por um lado, a humanidade está mais consciente de que estamos todos ligados uns aos outros e ligados a toda a criação. Por outro lado, as polarizações agravam-se nos planos social, político e ético e provocam novas fracturas nas sociedades, entre os países e até dentro das famílias.

Infelizmente, entre as nossas Igrejas e dentro das nossas Igrejas, há diferenças que também tendem a tornar-se polarizações separadoras, ao passo que o nosso testemunho de paz seria vital.

Como promover a unidade dos cristãos? Recentemente, coloquei esta pergunta ao pastor Larry Miller, antigo Secretário-geral do Fórum Cristão Mundial. Ele respondeu: «Não é bom começar dizendo: ’É isto que nós somos e porque é que temos razão.’ Em vez disso, trata-se de reconhecer as nossas fraquezas e de pedir às outras igrejas que nos ajudem a receber o que nos falta - ou seja, um ecumenismo receptivo, que nos permite acolher o que vem dos outros.» Não estará este pastor a ver bem? Todos levamos o tesouro de Cristo em vasos de barro e talvez ele brilhe ainda mais quando reconhecemos humildemente o que nos falta.

Dentro da própria Igreja Católica, o sínodo vai salientar grandes diversidades. Estas diversidades serão tão fecundas quanto mais a procura da comunhão se aprofundar simultaneamente. Não para evitar ou ocultar conflitos, mas para alimentar um diálogo que reconcilie.

Para promovê-la, parece-me desejável que haja, no caminho sinodal, momentos de respiração, como paragens para celebrar a unidade já realizada em Cristo e torná-la visível.

A este respeito, Santo Padre, visto que nos convidou a sonhar, gostaria de partilhar um sonho. Será que seria possível que um dia, durante o processo sinodal, não só os delegados, mas o povo de Deus, não só os católicos, mas os crentes das várias Igrejas, fossem convidados para um grande encontro ecuménico? Pelo baptismo e pela Sagrada Escritura, somos irmãs e irmãos em Cristo, unidos numa comunhão ainda imperfeita mas muito real, mesmo quando as questões teológicas permanecem sem resposta.

Um encontro assim - aqui em Roma e ao mesmo tempo noutras partes do mundo - teria no centro uma celebração sóbria de escuta da Palavra de Deus, com um longo momento de silêncio e uma intercessão pela paz. Será que poderiam ser jovens a animá-la? E poderia essa celebração prolongar-se com tempos de partilha intercofessionais? Descobriríamos que, estando unidos em Cristo, nos tornamos artesãos de paz.

A nossa experiência em Taizé incentiva-me a fazer esta proposta. Na nossa Comunidade, vindos de várias denominações, vivemos sob o mesmo tecto. Há mais de sessenta anos, acolhemos jovens de diversas Igrejas ou simplesmente em busca do sentido das suas vidas. Longe de nos pormos de acordo num mínimo denominador comum, somos constantemente instados a ir à fonte do Evangelho, a Cristo Ressuscitado que, por meio do Espírito Santo, nos conduz juntos ao Pai de todos os seres humanos, sem exceção.

Fotografia: Tilen Čebulj

Transmissões de Taizé na Semana Santa e na Páscoa

Nesta página, transmitimos as várias publicações feitas nas redes sociais de Taizé durante a Semana Santa e no dia de Páscoa.

As meditações têm legendas em português (clicar na roda dentada, selecionar legendas e português).

Como habitualmente, a leitura breve do dia também está disponível nesta página do site e a oração escrita pelo irmão Alois para a oração do meio-dia é publicada todos os dias em francês e em ingês.

Domingo de Ramos

Fotografias da oração junto à fonte de Santo Estevão, perto do lago


Meditação do dia | ir. Stephen


Segunda-feira Santa

Meditação do dia | ir. Gabi


Oração do meio-dia


Terça-feira Santa

Meditação do dia | ir. Frank


Oração do meio-dia


Quarta-feira Santa

Meditação do dia | ir. Sébastien


Oração do meio-dia


Quinta-feira Santa

Meditação do dia | ir. Jean


Oração do meio-dia, com o lava-pés


Programa especial animado por jovens voluntários


Sexta-feira Santa

Meditação do dia | ir. Clare


Oração do meio-dia, com a procissão da cruz


Programa especial animado por jovens voluntários


Sábado Santo

Meditação do dia | ir. Andras


Oração do meio-dia


Programa especial animado por jovens voluntários


Domingo de Páscoa

Eucaristia de Páscoa


Programa especial animado por jovens voluntários


Irmão Sylvain (1933-2021)

Na terça-feira, 2 de Fevereiro, o irmão Sylvain faleceu pacificamente. Esteve em boa forma até ao último dia, em que jantou com os irmãos e, durante a refeição, sentiu-se mal. Morreu de repente. Tinha 87 anos.

A celebração em sua memória teve lugar na sexta-feira 5 de Fevereiro ao meio-dia na Igreja da Reconciliação em Taizé.


 [1]

Oração do irmão Alois

Louvado sejais, Deus de todos os humanos, pelo nosso irmão Sylvain, pela longa vida que lhe deste na terra e pela sua presença humilde e discreta entre nós.

Ao longo da sua vida, apoiaste-o pelo Espírito Santo, mesmo ainda muito jovem quando perdeu a sua mãe e teve de assumir responsabilidades para ajudar a sua irmã e o seu irmão. Aprendeu a manter, inclusivamente nas provações, um temperamento alegre e um grande sentido de humor, irradiando um espírito de fé naqueles que colocaste no seu caminho.

Agradecemos-te por tê-lo acompanhado especialmente durante os quarenta anos em que ele viveu com irmãos em fraternidades nas Filipinas, no Japão e na Coreia. Com eles e como eles, por causa de Cristo e do Evangelho, procurou estar próximo dos mais vulneráveis e criar, com grande simplicidade, pontes entre diferentes culturas e diferentes rostos da humanidade.

Concedeste-lhe nascer numa antiga família Huguenote, nas montanhas de Ardèche. Foi a partir destas raízes que ele desenvolveu um profundo amor pela Sagrada Escritura e pelas histórias bíblicas: elas alimentaram a sua vida interior e, com os seus dons artísticos, soube representá-las nos seus desenhos e também na bela decoração da catedral de Oran.

Damos-te graças, Deus vivo, por lhe teres concedido uma morte pacífica e por o acolheres agora junto de ti.

 [2]

Advento

  • Em frente à igreja da Reconciliação, ao longo da rua que atravessa Taizé, foi preparado um presépio, como todos os anos. Vai evoluir em cada semana, até ao Natal.


  • Em cada semana do Advento, será publicada uma reflexão bíblica em linha, no canal YouTube de Taizé, com legendas em português.

  • A oração que o irmão Alois diz cada dia na oração do meio dia está disponível em linha nesta página em francês, inglês e alemão.

Fevereiro 2018

Notícias dos migrantes acolhidos em Taizé

Desde 2015 que a Europa atravessa uma crise migratória nunca antes conhecida. Perante este desafio, e apoiada pela generosidade de diversos vizinhos, a comunidade não pára de abrir as suas portas para acolher migrantes.

Os centros de acolhimento e de orientação

Em novembro de 2015, para acolher migrantes vindos de Calais, foi aberto em Taizé um CAO (Centro de Acolhimento e de Orientação). Este lugar pôde acolher treze jovens com idades compreendidas entre os 19 e os 40 anos, todos muçulmanos, originários do Sudão e do Afeganistão. Nove deles obtiveram o estatuto de refugiado e hoje trabalham ou seguem formações profissionais na região circundante de Taizé. Um deles, viúvo, tinha um filho de 13 anos no Sudão; quando o irmão Alois visitou esse país, no ano passado, trouxe a este pai a criança que agora está escolarizada e cujo pai trabalha numa fundição da região.

Em novembro de 2016, a comunidade abriu um CAOMI (centro de acolhimento e de orientação para menores), a fim de aí albergar provisoriamente dezoito jovens declarados menores em Calais que pretendiam ir para Inglaterra. Sete desses jovens decidiram ficar em Taizé de maneira a formalizar os procedimentos de pedido de asilo. Um deles está hoje num centro educativo perto de Taizé e quatro refugiados vivem ainda na aldeia, mas estão tentar instalar-se autonomamente na região.

As famílias

Nos últimos anos, a comunidade acolheu também quatro famílias refugiadas do Iraque e da Síria. Depois de alguns meses em Taizé, que lhes permitiram reencontrar alguma autonomia e uma boa integração em França, duas dessas famílias foram instalaram-se fora, guardando com a comunidade uma relação quase familiar.

Aguardando proteção

No último mês de Setembro, a comunidade acolheu três jovens migrantes com idades compreendidas entre os 20 e os 28 anos, vindos do Sudão do Sul e do Sudão. Estes jovens não sabem ainda se poderão ou não pedir asilo em França, devido ao Regulamento de Dublin. Enquanto esperam, e como não têm autorização para trabalhar, aprendem francês, empenham-se em obras de voluntariado e participam em encontros temáticos acerca das causas e das dificuldades do seu percurso migratório.

Apadrinhados por famílias

Cada jovem migrante acolhido em Taizé é acompanhado por uma família da região. Através de simples visitas regulares à sua família de apadrinhamento, os jovens caminham em direcção a uma boa integração na cultura francesa e recebem um apoio inestimável. Recentemente, um dos jovens refugiados dizia: «A Françoise trata de mim ainda melhor do que uma mãe trataria o seu próprio filho!»

Aulas de francês

Quando a comunidade abriu as suas portas aos jovens vindos de Calais, manifestou-se imediatamente uma onda de generosidade vinda dos habitantes da região. Hoje em dia são propostas aulas de francês quatro dias por semana, na Junta de Freguesia de Taizé, e uma dezena de voluntários reveza-se para oferecer esses cursos. Christine, professora de francês para estrangeiros escreve: «O meu grande espanto e o meu enorme prazer é constatar a motivação destes pedintes de asilo e o seu empenho em estudar francês, apesar de todas as suas outras preocupações». Aos três migrantes a quem são concedidas as aulas de francês actualmente juntaram-se mais uma dezena de estrangeiros que vivem na região e que beneficiam assim da qualidade destas aulas.

Intercâmbios

Os migrantes acolhidos em Taizé foram convidados a animar um dia de reflexão acerca das migrações, no Liceu São José em Chateaubriant, na Bretanha. Em Novembro de 2017, três deles foram lá e os alunos do Liceu ficaram impressionados com a história destes jovens que atravessaram o deserto do Sahara, o inferno da Líbia e o mar Mediterrâneo. Os migrantes também ficaram impressionados com a qualidade de escuta e com a maturidade destes alunos.

Em Taizé, os migrantes participam por vezes nos ateliês temáticos propostos aos peregrinos, onde podem partilhar os seus percursos e a suas motivações.

No Parlamento Europeu

Em Janeiro de 2018, um grupo de jovens migrantes visitou o Parlamento Europeu. Num encontro com o Comissário Europeu das Migrações, com deputados europeus de diferentes países e de diferentes partidos e com o Director geral do OFPRA (Gabinete francês para a protecção dos refugiados e apátridas), os migrantes puderam falar acerca da sua experiência de acolhimento na Europa e das suas respectivas situações: refugiados com estatuto, requerentes de asilo, migrantes em situação de espera devido aos acordos de Dublin, menores isolados à espera de reconhecimento de menoridade ou cuja menoridade não foi reconhecida…

Um deputado europeu enviou-nos imagens dessa visita, filmadas por Cláudio Cutanelli, acerca da problemática dos acordos de Dublin:

Para ver um clip maior acerca desse encontro clique aqui.

Voluntariado

Os migrantes acolhidos em Taizé sempre ficaram felizes por poderem ajudar e por se sentirem úteis fazendo algo pelos outros. Recuperam dignidade quando podem dar um pouco de si próprios.

A Edith, tesoureira da equipa da Cáritas de Cluny, escreve que «três jovens migrantes são voluntários e vêm dar uma grande ajuda nas campanhas. Participaram em diversas actividades, tais como tomar conta de um pequeno stand, e na organização da grande refeição anual, durante a qual foram congratulados por todos os participantes pela qualidade do seu empenho.»

Os migrantes também gostam de fazer voluntariado junto dos jovens peregrinos que visitam a comunidade. O Gonçalo, um jovem português, escrevia recentemente: «Trabalhar com três jovens migrantes foi uma experiência única. Integraram-se muito bem na nossa equipa e partilhámos juntos alguns aspetos da nossa cultura e da deles. Falaram-nos acerca da sua experiência de vida e da sua procura de paz.»

No Verão passado, muitos jovens responderam ao pedido de solidariedade para com os migrantes e trouxeram ofertas para Taizé. Três jovens migrantes partiram com a Orsi, uma voluntária, para Calais em Novembro para entregar à Cáritas local sacos-cama, gel de banho, champôs, pastas e escovas de dentes. Ficaram hospedados duas noites na casa Maria Skobtsova, onde as portas estão sempre abertas aos exilados mais vulneráveis. A Orsi escreveu: «Os nossos três amigos de Taizé conheciam bem a miséria pelo facto de a terem encontrado durante a sua viagem por vários países, pelo deserto e pelo mar Mediterrâneo, e compreenderam bem as dificuldades que os jovens de Calais atravessam.»

Basileia 2017

Ecos do Encontro nas redes sociais

Nas redes sociais

Notícias diárias, links importantes, fotografias e testemunhos de jovens são publicados nas seguintes redes sociais:

Todos aqueles que publicam fotografiass ou ecos do Encontro são convidados a fazê-lo usando o hashtag #Taize.


As orações em streaming

- * A equipe de mídia gostaria de organizar uma transmissão em directo da oração da noite, mas precisa de material e de boa vontade. Se participar no Encontro e achar que pode ajudar, entre em contato connosco por e-mail.
- * A rádio RCF transmitirá orações da noite em directo..


No site de Taizé



Eis alguns exemplos de conteúdos partilhado nos últimos meses nas várias redes sociais de Taizé.

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Março de 2016

Artigo do irmão Alois

O irmão Alois escreveu um artigo sobre a questão dos refugiados na Europa, que foi publicado em vários jornais europeus.

Lista dos jornais que publicaram o artigo:

  • Magyar Nemzet (Hungria)
  • Dennik N (Eslováquia)
  • Lidove noviny (República Checa)
  • Przewodnik Katolicki (Polónia)
  • La Croix (França)
  • La Libre Belgique (Bélgica)
  • Nederlands Dagblad (Holanda)
  • Church Times (Inglaterra)
  • Avvenire (Itália)
  • Público (Portugal)

Perante as migrações, ultrapassemos o medo!

No mundo inteiro, há homens, mulheres e crianças que são obrigados a deixar a sua terra. A angústia que vivem cria neles a motivação de partir. E esta motivação é mais forte que todas as barreiras erguidas para lhes impedir o caminho. Posso dar testemunho disso por ter passado recentemente alguns dias na Síria. Em Homs, a extensão das destruições causadas pelos bombardeamentos é inimaginável. Uma grande parte da cidade está em ruínas. Vi uma cidade fantasma e ressenti o desespero dos habitantes do país.

Hoje são os Sírios que afluem à Europa, amanhã serão outros povos. Os grandes fluxos migratórios a que assistimos são invencíveis. Não nos apercebermos disso seria uma demonstração de miopia. Procurar regular estes fluxos é legítimo e mesmo necessário, mas querer impedi-los construindo muros de arame farpado é absolutamente inútil.

Perante esta situação, o medo é compreensível. Resistir ao medo não significa que este deva desaparecer, mas sim que não devemos deixar que nos paralise. Não permitamos que a rejeição do estrangeiro se introduza nas nossas mentalidades, pois recusar o outro é o germe da barbárie.

Numa primeira etapa, os países ricos deveriam tomar uma consciência mais clara de que têm a sua parte de responsabilidade nas feridas da História que provocaram e continuam a provocar imensas migrações, nomeadamente de África ou do Médio Oriente. E, hoje, algumas escolhas políticas permanecem fonte de instabilidade nestas regiões. Uma segunda etapa deveria levar estes países a ir além do medo do estrangeiro e das diferenças de culturas, colocando-se corajosamente a moldar o novo rosto que as migrações já dão às nossas sociedades ocidentais.

Em vez de ver no estrangeiro uma ameaça para o nosso nível de vida ou a nossa cultura, acolhamo-lo como membro da mesma família humana. E assim compreenderemos que, apesar de criar certamente dificuldades, o afluxo de refugiados e de migrantes também pode ser uma oportunidade. Estudos recentes mostram o impacto positivo do fenómeno migratório, tanto para a demografia como para a economia. Porque será que tantos discursos salientam as dificuldades sem dar valor ao que há de positivo? Os que batem à porta dos países mais ricos que o seu levam estes países a tornar-se solidários. Será que não os ajudam a tomar um novo impulso?

Gostaria de situar aqui a nossa experiência de Taizé. É humilde e limitada, mas muito concreta. Desde Novembro do ano passado, em colaboração com as autoridades e algumas associações locais, acolhemos em Taizé onze jovens migrantes do Sudão – a maioria deles do Darfur – e do Afeganistão, vindos da «selva» de Calais. A sua chegada despertou uma impressionante vaga de solidariedade na nossa região: há voluntários que vêm ensinar-lhes francês, médicos que os tratam gratuitamente, vizinhos que os levam a fazer passeios e a dar voltas de bicicleta… Rodeados por tanta amizade, estes jovens, que atravessaram acontecimentos trágicos nas suas vidas, estão aos poucos a reconstruir-se. E este contacto simples com muçulmanos muda o olhar das pessoas que os encontram.

Na nossa aldeia, os jovens também foram acolhidos por famílias de vários países – Vietnam, Laos, Bósnia, Ruanda, Egipto, Iraque – que chegaram a Taizé ao longo de décadas e que fazem hoje parte integrante do nosso ambiente. Todos eles conheceram grandes sofrimentos, mas trazem à nossa aldeia muita vitalidade graças à riqueza e à diversidade das suas culturas.

Se uma experiência destas é possível numa pequena região, porque não haveria de ser numa escala muito mais ampla? É um erro pensar que a xenofobia é o sentimento mais partilhado, muitas vezes o que há é muita ignorância. Assim que os encontros pessoais se tornam possíveis, os medos dão lugar à fraternidade. Esta fraternidade implica pormo-nos no lugar do outro. A fraternidade é o único caminho de futuro para preparar a paz.

Assumindo juntos as responsabilidades exigidas pela vaga de migrações, em vez de brincarem com os medos, os responsáveis políticos poderiam ajudar a União Europeia a reencontrar uma dinâmica entorpecida.

Há toda uma jovem geração europeia que aspira a esta abertura. Nós, que acolhemos há muitos anos, na nossa colina de Taizé, dezenas de milhares de jovens de todo o continente para encontros internacionais de uma semana, podemos constatar isso mesmo. Aos olhos destes jovens, a construção europeia apenas encontra o seu verdadeiro sentido mostrando-se solidária com os outros continentes e com os povos mais pobres.

Há muitos jovens europeus que não conseguem compreender os seus Governos quando estes manifestam vontade de fechar as fronteiras. Pelo contrário, estes jovens pedem que a uma mundialização da economia seja associada uma mundialização da solidariedade e que esta se expresse em particular através de um acolhimento digno e responsável dos migrantes. Muitos destes jovens estão dispostos a contribuir para esse acolhimento. Ousemos acreditar que a generosidade também tem um papel importante a desempenhar na vida urbana.

Uma horta solidária em Taizé

Nestes últimos anos, os encontros internacionais em Taizé e noutros lugares em todos os continentes têm procurado aprofundar a procura de novas formas de solidariedade na sociedade de hoje. A nossa atenção para com a Criação é um destes aspectos. Como o irmão Alois escreveu aos jovens numa das suas recentes propostas, «a terra pertence a Deus; os seres humanos recebem-na como um dom. Uma enorme responsabilidade recai sobre nós: cuidar do planeta, para não desperdiçar recursos. A terra é limitada e os seres humanos devem também admitir estes limites.»


Um fruto desta reflexão – muito humilde, mas concreto – foi a criação de uma «horta solidária» em Taizé.

Jovens, juntamente com um irmão, revezam-se semana após semana para trabalhar a terra desta horta. Os legumes colhidos são doados a associações de caridade, que organizam a sua distribuição em diferentes terras perto de Taizé.

O irmão Alois passou o Natal na Síria

Na véspera de começar o Encontro Europeu de Valência, o irmão Alois chegou a Espanha directamente da Síria. Passou o Natal em Homs, junto dos que sofrem por causa da violência numa cidade em ruínas. Antes tinha estado uns dias em Beirute, com dois irmãos que lá estão há dois meses, visitando refugiados.

Na segunda-feira à noite, o irmão Alois vai falar da sua viagem ao Médio Oriente durante a sua primeira meditação dirigida aos jovens participantes no Encontro Europeu.

A Semana Santa em Taizé

Domenico (Itália)

No domingo de manhã, debaixo de um céu nublado, peregrinos de confiança de diferentes idades e nacionalidades reuniram-se junto à Fonte de Saint-Etienne. Os irmãos chegaram carregando ramos para celebrar a tradicional oração de Domingo de Ramos. Foi uma grande alegria orar e cantar debaixo das árvores a florir da Borgonha. Mais tarde, a procissão teve início na Fonte até à Igreja, com mais de cerca de mil pessoas em fila, rezando juntas ao Senhor, a uma só voz. Chegados à Igreja, começou a Eucaristia com a sua típica polifonia de línguas. À tarde grupos de jovens oriundos da Alemanha e de Portugal e de muitos outros países chegaram a Taizé. Vão passar uma semana de oração e de grande alegria, envoltos no espírito de solidariedade. Esta é a semana mais importante do ano para todos nós e nós vamos celebrá-la em comunhão e simplicidade, esperando a Ressurreição de Cristo.
 
É a primeira vez que vejo a colina vestida de inverno.
Tudo parece bem diferente mas é possível sentir a magia única deste lugar. A chuva está frequentemente connosco, acompanhada de um vento ligeiro. As árvores estão despidas e sinto que elas mal podem esperar para usar as suas roupas de verão, enquanto algumas flores brancas começam já a dar as boas vindas aos peregrinos. À volta da igreja os meus olhos reencontram muitas caras conhecidas. A Semana Santa parece-me ser um tempo em que as pessoas, cuja vida foi profundamente influenciada por Taizé, voltam para sintonizar as suas almas e os seus corações ao diapasão da palavra de Deus. É possível ver isso durante a oração: toda a gente canta, desde o início até ao final da igreja e eles cantam durante horas e horas a fio. Podemos mesmo sentir que todas estas pessoas partilham algo, a sua fé e a alegria de um momento de diálogo rico e de reflexão.