Localizado entre a Escandinávia, o Báltico, a Polónia, a Alemanha e a Rússia, o Mar Báltico é uma encruzilhada para os povos do Norte da Europa. Desde o início da guerra na Ucrânia, as preocupações têm sido particularmente agudas no país. Reunir-nos de diferentes países para rezar, refletir e interagir vai expressar o compromisso dos jovens europeus em reconstruir o continente como uma casa comum com um futuro de paz.

Quando pedes hospitalidade, dizes a quem te recebe: “Eu me coloco sob a tua proteção e cuidado, confio em ti” e os anfitriões dizem: “Não temos medo de ti, estamos aqui para te ajudar. Esperamos que te sintas em casa." Comunidades de todas as confissões e famílias vão receber os participantes. A Estónia acolheu mais de 65.000 refugiados ucranianos desde o início da guerra, para uma população total de 1,4 milhões, o rácio mais elevado de refugiados ucranianos per capita em qualquer país da União Europeia.

A Revolução Cantada é o nome dado ao processo gradual e não violento que levou à restauração da independência da Estónia em 1991. O canto sempre foi uma grande força unificadora para os estónios, enquanto suportavam cinquenta anos de domínio soviético. A Estónia aderiu à União Europeia em 2004. O seu território cobre uma área de 45.228 quilómetros quadrados. Compartilha uma fronteira de 294 km com a Rússia. 26% dos estónios são de origem eslava, a maioria dos quais são russos.

Na década de 1990, os líderes estónios decidiram utilizar tecnologias de ponta para simplificar a vida dos seus cidadãos. Todas as interações entre administrações e cidadãos foram digitalizadas. A programação é ensinada desde muito jovem. O setor informático da Estónia representa 4% de toda a força de trabalho e 7% do PIB. Este contexto ajudar-nos-á a pensar sobre como podemos utilizar a inteligência artificial, a tecnologia da informação e outros recursos, apoiando-nos numa forte antropologia e ética que elevam as pessoas e as comunidades.

A Estónia foi uma das últimas regiões da Europa a ser cristianizada no século XII. Desde que a Estónia aderiu à Reforma no século XVI, a cultura local hoje está enraizada na tradição luterana e, desde o século XIX, na tradição ortodoxa.

Hoje, 80% dos jovens estónios dizem não pertencer a nenhuma religião e 70% dizem que nunca rezam. A participação no Encontro de Tallinn será uma oportunidade para procurar Cristo ressuscitado e dar testemunho dele. Assim como as mulheres do túmulo vazio foram convidadas a procurar Jesus que “nos precede na Galileia”, não seremos hoje convidados a sair da nossa zona de conforto e a procurar aqueles que vivem o espírito do perdão, da paz, da justiça na periferia do instituições eclesiais? Em Tallinn encontraremos e ouviremos testemunhas de esperança comprometidas em servir os outros, em construir a solidariedade, em tornar a vida dos outros mais bela...

Vamos fazer uma experiência da unidade de todos os batizados nas diversas tradições cristãs. Representando uma minoria da população, as diferentes igrejas estão ansiosas por falar a uma só voz e trabalhar em conjunto para serem ouvidas. O Conselho de Igrejas da Estónia reúne as dez maiores denominações e convida a Comunidade de Taizé a preparar para Encontro em Tallinn. Durante o Encontro, ao meio-dia, partilharemos orações de diferentes tradições nas igrejas do centro da cidade.

As relações entre a Comunidade de Taizé e os cristãos estónios remontam à década de 1970, quando Anna-Maija Raittila-Nieminen, uma poetisa finlandesa, visitou os cristãos estónios e os manteve informados sobre o que estava a acontecer em Taizé. Naqueles anos, os jovens russos em contacto com Taizé podiam participar em acampamentos de verão organizados pelo Instituto Teológico Luterano de Tallinn. Os jovens estónios começaram a visitar regularmente Taizé e a participar em Encontros Europeus a partir de 1989. Em Maio de 1990, 250 jovens estónios participaram num encontro regional que Taizé foi convidado a organizar em Linköping, na Suécia.

Fotografia: Raigo Tõnisalu